Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
A Praça Saldanha Marinho, no Centro de Santa Maria, foi tomada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na tarde deste domingo. Os participantes da manifestação em apoio ao Governo Federal começaram a se concentrar por volta das 15h. De cima de um carro de som, lideranças responsáveis pela organização do evento se revezavam com discursos e palavras de ordem.
Sobre o número de participantes, a organização não fez um balando oficial, mas o presidente municipal do PSL, Patric Arendt Luderitz, estima que mais de duas mil pessoas compareceram. A Brigada Militar estima que o público foi de, aproximadamente, mil pessoas. O ato pró-Bolsonaro na cidade foi organizado pelo PSL e pelos movimentos Apoiadores de Bolsonaro e Consciência Brasil, organizações que, segundo o dirigente pesselista, são independentes.
Os pronunciamentos dos líderes procuraram se distanciar da pauta mais radical de grupos bolsonaristas disseminadas nas redes sociais, entre elas a defesa do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, os porta-vozes oficiais do movimento não deixaram de criticar o Centrão, grupo que reúne parlamentares de partidos conservadores que não integra a oposição, mas que vem impondo derrotas a Bolsonaro.
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Entre os manifestantes, porém, as críticas ao Congresso e ao STF endossam medidas mais extremas. Segurando um pequeno cartaz com frases direcionadas à Suprema Corte, uma professora aposentada de 67 anos não tem dúvidas quanto à seriedade do presidente. Para ela, Bolsonaro "não tem uma mancha de corrupção" e está disposto a melhorar o país, mas encontra resistências de setores que querem manter privilégios.
_ Não é que eu seja a favor de fechar o STF, mas da maneira como está se encaminhando, é até válido. Eles não trabalham pelo Brasil _ argumenta a professora, que é a favor da reforma da Previdência para "acabar com privilégios".
Já a comerciante Luiza Halm, 62 anos, foi à praça com os netos Luiza Ribas, 11, e Pablo Halm Quilião, 9, estudantes da Escola Batista, para defender "tudo o que o presidente defende". Ela também é crítica aos parlamentares a quem atribui posturas de traição.
_ Estou aqui para apoiar meu presidente, sou totalmente contra essa articulação do Congresso. Estão tentando derrubar nosso presidente, mas não vão conseguir _ diz a comerciante, que, assim como a maioria dos manifestantes, portava uma bandeira nacional.
O casal Cláudio Laerte Batista, policial militar, 52 anos, e Carmen Ferreira, 49, cuidadora, também acha que Bolsonaro não consegue governar por estar enfrentando privilégios.
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No lado mais moderado, o presidente do PSL negou que as manifestações de tivessem entre suas bandeiras o fechamento do Congresso e do STF.
_ Isso é fake news (notícia falsa espalhada pelas redes sociais). Ninguém é contra o STF e ninguém quer fechar o Congresso. O ato não é para afrontar o Congresso. Defendemos o nosso presidente e as reformas, como a da Previdência _ afirma.
O vereador Manoel Badke (DEM) e o presidente municipal do Pros, Moacir da Rosa Alves, apoiadores de Bolsonaro desde o primeiro turno, também foram reforçar a manifestação em apoio ao presidente.
Segundo Badke, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mesmo sendo de seu partido, não conta com seu apoio no momento em que se volta contra o governo e o presidente. Ao mesmo tempo em que defende Bolsonaro, Moacir fez uma crítica à pequena representação de Santa Maria no Congresso. No ato, também havia cartazes em favor do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e críticas ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba após condenação em processo da operação Lava-Jato.